segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Caio Fernando Abreu, na minha noite chuvosa...

ALÉM DO PONTO
Para Lívio Amaral

Chovia, chovia, chovia e eu ia indo por dentro da chuva ao encontro dele, sem guarda-chuva nem nada, eu sempre perdia todos pelos bares, só levava uma garrafa de conhaque barato apertada contra o peito, parece falso dito desse jeito, mas bem assim eu ia pelo meio da chuva, uma garrafa de conhaque na mão e um maço de cigarros molhados no bolso. Teve uma hora que eu podia ter tomado um táxi, mas não era muito longe, e se eu tomasse o táxi não poderia comprar cigarros nem conhaque, e eu pensei com força então que seria melhor chegar molhado da chuva, porque aí beberíamos o conhaque, fazia frio, nem tanto frio, mais umidade entrando pelo pano das roupas, pela sola fina esburacada dos sapatos, e fumaríamos, beberíamos sem medidas, haveria música, sempre aquelas vozes roucas, aquele sax gemido e o olho dele posto em cima de mim, ducha morna distendendo meus músculos. Mas chovia ainda, meus olhos ardiam de frio, o nariz começava a escorrer, eu limpava com as costas das mãos e o líquido do nariz endurecia logo sobre os pêlos, eu enfiava as mãos avermelhadas no fundo dos bolsos e ia indo, eu ia indo e pulando as poças d’água com as pernas geladas. Tão geladas as pernas e os braços e a cara que pensei em abrir a garrafa para beber um gole, mas não queria chegar na casa dele meio bêbado, hálito fedendo, não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava, todo dia um bom pretexto, e fui pensando também que ele ia pensar que eu andava sem dinheiro, chegando a pé naquela chuva toda, e eu andava, estômago dolorido de fome, e eu não queria que ele pensasse que eu andava insone, e eu andava, roxas olheiras, teria que ter cuidado com o lábio inferior ao sorrir, se sorrisse, e quase certamente sim, quando o encontrasse, para que não visse o dente quebrado e pensasse que eu andava relaxando, sem ir ao dentista, e eu andava, e tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo, por dentro da chuva, que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era. Começou a acontecer uma coisa confusa na minha cabeça, essa história de não querer que ele soubesse que eu era eu, encharcado naquela chuva toda que caía, caía, caía e tive vontade de voltar para algum lugar seco e quente, se houvesse, e não lembrava de nenhum, ou parar para sempre ali mesmo naquela esquina cinzenta que eu tentava atravessar sem conseguir, os carros me jogando água e lama ao passar, mas eu não podia, ou podia mas não devia, ou podia mas não queria ou não sabia mais como se parava ou voltava atrás, eu tinha que continuar indo ao encontro dele, que me abriria a porta, o sax gemido ao fundo e quem sabe uma lareira, pinhões, vinho quente com cravo e canela, essas coisas do inverno, e mais ainda, eu precisava deter a vontade de voltar atrás ou ficar parado, pois tem um ponto, eu descobria, em que você perde o comando das próprias pernas, não é bem assim, descoberta tortuosa que o frio e a chuva não me deixavam mastigar direito, eu apenas começava a saber que tem um ponto, e eu dividido querendo ver o depois do ponto e também aquele agradável dele me esperando quente e pronto. Um carro passou mais perto e me molhou inteiro, sairia um rio das minhas roupas se conseguisse torcê-las, então decidi na minha cabeça que depois de abrir a porta ele diria qualquer coisa tipo mas como você está molhado, sem nenhum espanto, porque ele me esperava, ele me chamava, eu só ia indo porque ele me chamava, eu me atrevia, eu ia além daquele ponto de estar parado, agora pelo caminho de árvores sem folhas e a rua interrompida que eu revia daquele jeito estranho de já ter estado lá sem nunca ter, hesitava mas ia indo, no meio da cidade como um invisível fio saindo da cabeça dele até a minha, quem me via assim molhado não via nosso segredo, via apenas um sujeito molhado sem capa nem guarda-chuva, só uma garrafa de conhaque barato apertada contra o peito. Era a mim que ele chamava, pelo meio da cidade, puxando o fio desde a minha cabeça até a dele, por dentro da chuva, era para mim que ele abriria sua porta, chegando muito perto agora, tão perto que uma quentura me subia para o rosto, como se tivesse bebido o conhaque todo, trocaria minha roupa molhada por outra mais seca e tomaria lentamente minhas mãos entre as suas, acariciando-as devagar para aquecê-las, espantando o roxo da pele fria, começava a escurecer, era cedo ainda, mas ia escurecendo cedo, mais cedo que de costume, e nem era inverno, ele arrumaria uma cama larga com muitos cobertores, e foi então que escorreguei e caí e tudo tão de repente, para proteger a garrafa apertei-a mais contra o peito e ela bateu numa pedra, e além da água da chuva e da lama dos carros a minha roupa agora também estava encharcada de conhaque, como um bêbado, fedendo, não beberíamos então, tentei sorrir, com cuidado, o lábio inferior quase imóvel, escondendo o caco do dente, e pensei na lama que ele limparia terno, porque era a mim que ele chamava, porque era a mim que ele escolhia, porque era para mim e só para mim que ele abriria a sua porta. Chovia sempre e eu custei para conseguir me levantar daquela poça de lama, chegava num ponto, eu voltava ao ponto, em que era necessário um esforço muito grande, era preciso um esforço tão terrível que precisei sorrir mais sozinho e inventar mais um pouco, aquecendo meu segredo, e dei alguns passos, mas como se faz? me perguntei, como se faz isso de colocar um pé após o outro, equilibrando a cabeça sobre os ombros, mantendo ereta a coluna vertebral, desaprendia, não era quase nada, eu, mantido apenas por aquele fio invisível ligado à minha cabeça, agora tão próximo que se quisesse eu poderia imaginar alguma coisa como um zumbido eletrônico saindo da cabeça dele até chegar na minha, mas como se faz? eu reaprendia e inventava sempre, sempre em direção a ele, para chegar inteiro, os pedaços de mim todos misturados que ele disporia sem pressa, como quem brinca com um quebra-cabeça para formar que castelo, que bosque, que verme ou deus, eu não sabia, mas ia indo pela chuva porque esse era meu único sentido, meu único destino: bater naquela porta escura onde eu batia agora. E bati, e bati outra vez, e tornei a bater, e continuei batendo sem me importar que as pessoas na rua parassem para olhar, eu quis chamá-lo, mas tinha esquecido seu nome, se é que alguma vez o soube, se é que ele o teve um dia, talvez eu tivesse febre, tudo ficara muito confuso, idéias misturadas, tremores, água de chuva e lama e conhaque no meu corpo sujo gasto exausto batendo feito louco naquela porta que não abria, era tudo um engano, eu continuava batendo e continuava chovendo sem parar, mas eu não ia mais indo por dentro da chuva, pelo meio da cidade, eu só estava parado naquela porta fazia muito tempo, depois do ponto, tão escuro agora que eu não conseguiria nunca mais encontrar o caminho de volta, nem tentar outra coisa, outra ação, outro gesto além de continuar batendo batendo batendo batendo batendo batendo batendo batendo batendo batendo batendo batendo batendo nesta porta que não abre nunca.

P.S.
Ao postar esse texto no blog, ouvi alguém bater palmas lá fora... Era meu namorado, de baixo daquela chuvarada toda, que havia vindo me ver! O abracei o mais forte que pude, e aquele momento foi perfeito.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Torben... um velho planeta!

[02:05:52] <__nine_cobain_lady_sade__> I'M SADEcomece intaum LIFE IS A SHIT
[02:07:51] os habitantes mais antigo do planeta torben contam a historia de um gnomo chamado bliztrik q era mais omenos assim...
[02:10:16] <__nine_cobain_lady_sade__> I'M SADEele usava meias litradas e tibha cabelo laranja cm pontos rosa... ele smpre carregava uma bolsa xadrez contendo... LIFE IS A SHIT
[02:15:07] uma bigorna bionica, um frango de borracha, um bonsai de cerejera e muitas substancias ilicitas que seriam proibidas em saturno mas legais em torbem, alem disso ele usava...
[02:19:00] <__nine_cobain_lady_sade__> I'M SADEuma frigideira amarrada no pescoço, e um pente atraz da orelha... no cabo da frigideira ele escondia o po de mico q casulmente el usava para... LIFE IS A SHIT
[02:21:18] caçar os pequenos insetos mutantes das terras baixas crovikanas nas planicies de turnac...
[02:24:39] <__nine_cobain_lady_sade__> I'M SADEos insetos eram usados cmo ativadores de memoria, qndo fervidos juntamente com laminas de barbear... o gnomo utilizava essa poçao sempre q precisava... LIFE IS A SHIT
[02:28:37] para curar a terivel hemorroida azul. Mas o gnomo bliztrik tinha um companheiro de aventuras, o duende striknic do planeta parnac fomoso em torben por..
[02:33:29] <__nine_cobain_lady_sade__> I'M SADEter tirado o cabaço da filha do imperador novonhoskès Sacura Matti... uma menina desdentada e cm espinha na bunda, mas q conquistou o duende por seu delicioso alito de sardinha cm alho... LIFE IS A SHIT
[02:37:42] o duende stricnic usava uma mascara de casca de sinamão e um machado de guerra e usava..
[02:41:07] <__nine_cobain_lady_sade__> I'M SADEsua guitarra ultra-sonica q era capaz exterminar 300mil Carpings por segundo... mas eh claro dependendo do numero bacterias linfaticas existentes no nucleo central da antena de cada Carping... ja que estes possuem... LIFE IS A SHIT
[02:47:35] enzimas linfonéticas contendo milhoes de antifogos albinos, capazes de se multiplicarem a uma velocidade de 32mil tinics por segundo e ameaçarem a existencia das baratas gigantes tronianas, guardias do planeta torben e responsaveis pelo equilibrio da atmosfera esomesoszerma q tem a funçao de captar as ondas telepaticas ...
[02:54:12] <__nine_cobain_lady_sade__> I'M SADEondas telepaticas prejudiciais que vinham de uma longinqua aldeia no fim do fundo da americad o sul... ondas essas emitidas por um ser alucenogeno, lilas, q comia ovo frito com sorvete e suco de beterraba cm quiabo, oq concentra em seu intestino um gas toxico q quando expelido... LIFE IS A SHIT
[03:02:58] afetavam a saude mental dos abitantes de torben fazendo-os ter alucinaçoes com seres transgenicos das profundezas do imponente cogumelo nifis no coraçao da montanha de dubag. Para combater esse mau a unica esperança das baratas gigantes tronianas era o duende strinic e o gnomo bliztrik q estavam a caminho do templo da chulapa para se encontrarem com as baratas para combaterem o mau. no templo eles chegaram a conclusao q...
[03:04:07] <__nine_cobain_lady_sade__> I'M SADEessa historia deve acabar pois a Nine esta caindo d sono... LIFE IS A SHIT

quarta-feira, 12 de setembro de 2007
























O nome dela é:
Miss Lexotan 6mg Garota
O nome dela é:
Miss Lexotan 6mg Garota

Ela não consegue relaxar
ela não consegue nem ao menos dormir
ela é tensa só porque seu amor não vive
em São Paulo nem Porto Alegre, em lugar nenhum

Ela tem andado meio frígida
tem se preocupado com as coisas do coração
ela teme intensamente que jamais
conheça um carinha que vai comê-la estando apaixonado

O nome dela é:
Miss Lexotan 6mg Garota
Lembrei o nome:
Miss Lexotan 6mg Garota

Ela era atriz no underground
hoje ela posa de modelo fotográfico
é frequentadora assídua do templo Hare Krishna
mas mesmo assim ela não fica leve

E quando o sol finalmente raiar e ela então ferrar
E quando o sol finalmente raiar e ela desmaiar
Tudo ficará positivamente mórbido...

O nome dela é:
ta ta ta ta ta Miss Lexotan
ta ta ta ta ta Miss Lexotan Garota

Ela era atriz no underground
hoje ela posa de modelo fotográfico
é frequentadora assídua do templo Hare Krishna
mas mesmo assim ela não fica leve
mas mesmo assim ela não fica leve
Miss Lexotan 6 miligramas.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Rape me


Era 4:30 da madrugada quando eu voltava de uma festa, o carinha que me deu carona, me deixou uma quadra pra baixo de casa. Eu atravessei a BR, olhando pros lados, com a respiração efegante. Senti aquele medo pálido das madrugadas frias, de estar sozinha no escuro, em lugar perigoso. Foi então que avistei dobrando a esquina uma viatura da polícia. E com um suspiro de alívio pensei: estou mais segura.
Mas essa idéia de segurança durou pouco. Durou até o momento em que eu passei ao lado da viatura e um dos sujeito me disse com voz maliciosa e suja: ' quer fazer um programa gatinha? '. Eu estremeci... Mas continuei meu caminho como se não tivesse visto e nem ouvido nada. Eles fizeram a volta e começaram a me perseguir, falando coisas sujas demais para estarem nesse blog. Eu comecei a correr, sem dizer uma palavra, sem olhar pro lado... Corri até chegar em casa, trancar o portão e me esconder em baixo das cobertas, dentro do meu quarto, um lugar que ainda pode-se dizer seguro.
Então, eu comecei a pensar: Aqueles que deviam zelar pela minha segurança as 4:30 da madrugada, ou seja lá que hora for, são exatamente aqueles que me deixaram em pânico. E eu não podia fazer nada! Se chingasse eles me prenderiam por desacato. Se chegasse em casa e ligasse pra delegacia, bem seria como denunciar a laranja pra laranjeira, inútil!
Continuo calada, com medo de voltar pra casa à noite. Precisamos nós estar em prisões, pois os criminosos estão nas ruas. Assassinos armados e uniformizados!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

another way, baby


é assim cor-de-rosa o caminho do amor...
(y)

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

yeah, they really want you


I am doll eyes
doll mouth, doll legs
i am doll arms, big veins
dog bait
yeah, they really want you
they really want you, they really do
yeah, they really want you
they really want you, and i do too
i want to be the girl with the most cake
i love it so much it just turns to hate
i fake it so real, i am beyond fake
and someday, you will ache like i ache
someday, you will ache like i ache
i am doll parts
bad skin, doll heart
it's stands for knife
for the rest of my life
yeah, they really want you
they really want you, they really do
yeah, they really want you
they really want you, and i do too
i want to be the girl with the most cake
he only loves those things because he loves
to see them break
i fake it so real i am beyond fake
and someday, you will ache like i ache
someday, you will ache like i ache
someday, you will ache like i ache
someday, you will ache like i ache
someday, you will ache like i ache

Courtney Love

Hole
The End.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

sou eu

Bem, esta sou eu! Clara e limpa, esta sou eu! Nem culpa nem medo, sem ressentimentos e sem temores... Meu olhar agora é alvo, meu sentimentos verdadeiros! Não sou nem nunca vou ser um exemplo de bom caminho, mas eu sigo o meu. Do jeito que o mundo me deu, com as coisas que conquistei. Esta agora sou eu, transparente e honesta. Não quero jamais me mascarar.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

eu enjôo, tu enjoas, ele enjoa, nós terminamos!



Eu já enjoei de quase tudo o que tive na vida. Muitas vezes, e principalmente, das coisas as quais mais desejei... Já passei meses "namorando" um violão, uma roupa, uma porcaria, pra depois cansar antes do primeiro dia de posse. Já namorei umas cinco vezes, e enjoei de cada um deles. Enjoei do primeiro porquê não encontrava semelhanças entre nós... Enjoei do segundo porquê havia me apaixonado pelo primeiro... Enjoei do terceiro porquê tudo o que eu achava tão maravilhoso nele tornou-se demais, P.O.P demais... Do quarto eu enjoei porquê ele não ligava pra mim e porquê ele não ligava pra nada, nem ninguém... O quinto era o que eu acreditava ser a Aline masculino, mesmo signo, personalidade parecida, gostos, e tudo e tals... Mas o grude, a preocupação, as semelhanças, as chatisses, as enxeções me enxeram!
E enjoei da maioria dos meus rolos... E da maioria dos meus amigos... Mas esses são enjoos passageiros... Até da maioria dos meus ex-namorados eu já desenjoei... Na verdade eu enjoei de odiá-los!
Eu enjoo de dormir tarde, e também de acordar tarde... E enjoei dos filmes após ter me fissurado por eles. E enjoei de acordar cedo, e de trabalhar no lugar que eu tanto gostava. E já enjoei um pouco da Publicidade, mas essa logo desenjoou! Enjoei de comer as coisas que mais gostava... E das palavras tantas vezes repetidas com gosto e paixão. Enjoei dos meus 4 fotologs, e dos meus 3 MSNs, do meu orkut, das fotos, de escrever...
Enjoo do meu cabelo regularmente... Já fiz o 'deabo' com ele, nem tanto.... Mas já taquei muita tinta, e já cortei pra caralho, já alisei, puxei pro lado, pra cima, pra baixo...
Enjoo da minha cara, principalmente, não é facil viver quase 19 anos com a mesma cara de bolacha!
Enjôo demais do meu quarto. Cada vez que um amigo meu vem aqui diz: Cara, mudou de novo? Pois é, as vezes nem eu lembro como estava antes... Não sei explicar direito, mas a forma sempre imutável das coisas me deixa cansada... Talvez porquê eu pense demais em cada uma delas! Eu penso demais na vida... Nas pessoas... Nas lembranças... Nos fatos e sentimentos...
Minha mente destrói meus gostos! Minhas relações! Minha linha... Não é a toa que meu nome é Aline: a- line. A = não, Line = linha. Sem linha. Sem direção exata. Sem pré-destinações. Sem o pra sempre... Sem nada que fiquei parado!
Mas, apesar de todos os enjôos... De uma coisa eu nunca enjoei:
CHOCOLATE

:D

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Um arco-íris de vida, meu bem!





Um lugar onde eu posso ser eu mesma. Um lugar e um tempo sem olhares preconceituosos, sem olhares julgadores, sem olhares falsos! Sem sentimentos violentos, sem atitudes violentas, sem palavras de ódio. Um lugar onde as pessoas de sexos diferentes interagem na mesma fila de banheiro, usam o mesmo espelho, riem e beijam com a mesma intensidade. As pessoas pedem desculpa quando esbarram em você, e dizem muito obrigada ao pegar teu fogo emprestado, elas te abraçam sem te conhecer, e acham o máximo poder te conhecer, e acham o máximo estar vivos! E eu achei o máximo estar com essas pessoas, nesse lugar, durante essas horas... e quero estar muitas e muitas vezes mais, pois ser eu, ser eu com toda a intensidade não tem preço, meu amor!

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

O orgulho da mamãe

Eu sei que minha mãe se orgulha de mim. Ela não fala, nem meu pai, ambos
foram educados para não exprimir sentimentos, diferente de mim... Não que eu tenha sido educada para dizer EU TE AMO com naturalidade, mas aprendi a ser assim com meus amigos e com os sentidos aguçados que "Deus" me deu.
Bem, o fato é: Minha mãe se orgulha da filha que tem! Que mãe não se orgulharia da filha que trabalha desde os 13 anos, nunca reprovou no colégio, teve apenas uma reclamação da diretora por gazear aula, se formou com louvor e pompa no Ensino Médio, ganhou bolsa de Jornalismo na UNIVALI, estudou Administração, e agora faz Publicidadade e Propaganda, consegue bons trabalhos, tira notas excelentes, nunca lhe falta com respeito e tem bons amigos?
É... minha mãe se orgulha de mim!
Francamente falando, muito disso é verdade, e ela tem mais é que se orgulhar mesmo! Mas se orgulha porquê não me conhece como meus amigos me conhecem, como vocês me conhecem. Deus me livre que ela leia isso, mas a filha de ouro já vomitou em lugar público, já beijou mais de um numa noite, já fumou e bebeu o que nenhuma mãe quer que fume ou beba. Já testou e usou seu corpo de maneira libidinosa e extrema, já mentiu e traiu tanto, já falou palavrões que ela nunca ousou pensar, conhece e anda com gente da pior espécie...
Poderia ser pior, se não fosse o medo de decepcionar aqueles que a colocaram no mundo. Motivos não faltariam, poderia ser uma revoltada doida, maconheira e prostituta... Mas nunca quis decepcioná-los.
Ainda lembro a única vez que gazeei aula no colégio, e que chorei ao ser pega pela Dona Carmem, chorei não por medo de ser uma má aula, mas sim por ser uma má filha... Não queria ser como meu irmão que reprovava e causava dor... Queria ser um prodígio, e fui!
O último trabalho que apresentei na escola merecia nota 11 segundo a professora, que disse aos alunos do 1° ano que nós éramos um exemplo à ser seguido.
Penso muitas vezes com ressentimento por não ter sido uma "porra louca", por não ter pintado o cabelo de azul, ter fugido com o primeiro ônibus rumo ao desconhecido, não ter me enxido de furos e piercings, não ter tatooado "campo minado" no peito, não ter fumado maconha até cair pelos corredores da escola ou sargetas, não ter pichado minhas paredes com palavras de revolta, não ter dado o troco pelas lágrimas que me causaram...
Sempre me achei nova demais para ser louca, hoje me acho velha demais... Aos 16 anos tentei ser louca, andei com gente louca, provei coisas e substâncias loucas... Mas me achava velha demais para me tornar uma maluca total... Sempre tinha na cabeça: Não posso decpcioná-los! Fiz tudo o que fiz, mas nunca deixei ninguém perceber!
Hoje me arrependo um pouco por não ter tido aquela coisa de: fase dos 13 anos. Ela é drogada porquê é uma criança revoltada. É a idade, isso passa! Nunca tive isso! Nunquinha!
Quem sabe no futuro eu me orgulhe disso... Que sabe no futuro meus filhos me achem uma pateta... E meus pais morram com a feliz certeza que fui uma boa filha! Sim, fui mesmo nunca fiz um terço do que muitas "crianças" fazem... Isso é bom?
Hoje, aos 18, quase 19 anos eu não acho que seja... Tenho muito sentimento preso, muita vontade enjaulada... E aos 22 anos serei mais velha ainda para ser louca... Embora todos os meus amigos me achem uma pirada, meus pais me acham um exemplo, um orgulho!
Ou é eles que me conhecem de menos, ou é o mundo que me conhece demais!?

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Pra onde vão as palavras quando elas acabam?


Vontade de estar sentada em um lugar bem aconchegante, nas entranhas de uma floresta... Na verdade é num lugar bem próximo aqui de casa, a chácara da avó de uma antiga amiga. Nesse lugar há uns 5 anos nós escrevemos nossos nomes em um troco. Caminhamos na beira de do lago, conversando sobre aquelas coisas misteriosas e naturais que faziam da gente duas mulheres mágicas, duas bruxas! Me lembro das coisas que acreditávamos, lembro principalmente de duas teorias malucas:
1 - Tudo o que fazemos volta 3 vezes pra nós mesmos! Tanto coisas boas, quanto ruins... Acreditávamos nisso porquê constatamos. Prestamos atenção nos nossos atos e comprovamos ser verdade a teoria da ação e reação.
2 - As palavras têm poder! Uma palavra proferida causa uma vibração no ar... Essa vibração se propaga pelo espaço, chega a outros seres... Junta-se a outras palavras ditas... Transforma-se em pensamento e é absorvida por outra pessoa. Elas se transformam em verdade!
Vale lembrar que a verdade nunca é absoluta, ou não deveria ser! Cada pessoa viveu de uma maneira... E portanto suas verdades podem não ser as minhas! Mas as palavras têm poder, afinal de contas, pra onde vão as palavras quando elas acabam? Acaba também o seu significado?

domingo, 29 de julho de 2007

eu sou o que ninguém vê



Eu sou o que ninguém vê!
Sou a primeira lembrança da infância, com 1 ano e 2 meses. Quando mudei pra São Lourenço e decidi não usar mais fraldas. Sou a motoca que ganhei da minha madrinha no mesmo dia que roubei os gibis dela. Sou o medo da novela Vamp e a alegria de participar do Clubinho da Criança na rádio da minha cidade (toca Ursinho Pimpão?). Sou as porcarias que comi na pizzaria do meu pai e as brincadeiras que inventava na rua. Sou as cicatrizes, os dedos quebrados, os planos de fuga aos 5 anos. Sou o dia que voltei pra Xanxerê e aquele quarto de brinquedos e não ter amigos pra brincar com eles, eu sou a criadora das histórias da minha Barbie e a apresentadora de programa de culinária. Sou a piscina de plástico no fundo do quintal e as casinhas na árvore e os tombos de cima dessas árvores. Sou as férias em Cunha Porã e os natais com minha tia vestida de papai noel. Sou contar piadinhas bobas com meus primos e a morte de cada gato meu. Sou o medo de sapo e o pavor de estar sozinha. Sou um quarto sem janelas e as "lutinhas" com meu irmão. Sou conhecer as primeiras grandes amigas e com elas ser o que eu sou! Sou as paredes cheias de colagens, as fotos no "matinho", o primeiro beijo na noite de natal. Sou trocar Backstreet Boys por Legião Urbana e KLB por Nirvana, eu sou as descobertas que eu fiz! Sou os livros que eu li e a saudade dos amigos que foram embora. Sou as aulas de teatro e as festas que eu fui. Sou a revolta dentro do colégio, os socos nas paredes, as escritas nas mesas, a estudante nota 10. Sou as lágrimas que derramei, o caras que desejei, os calçados que usei, as palavras que escrevi. Sou o primeiro "fora" no dia dos namorados, sou ver o futuro com o tarot, sou as magias que pratiquei, os símbolos que inventei, as tatooagens que me fiz, o primeiro namoro que acabou, todos os outros namoros que não deram certo. Sou o último semestre do terceirão e as lembraças que guardo desse tempo. Sou aquele grupo de amigos que a cidade toda criticava e que depois eu também critiquei e me afastei... Eu sou todas as vezes que me arrependi e as coisas feias que falei. Sou as brigas com as amigas e as reconcilhações que me fizeram bem. Eu sou uma noite com cachorro-quente, sou as pessoas que amei. Sou a solidão nas noites frias, sou o amanhecer acordada, sou as mentiras que contei, as vezes que traí, as vezes que fui traída e os beijos que roubei. Sou os álibis que criei. Sou a faculdade que não curti, as "taras" pela pessoa "X" da tesouraria (rsrsrs), as idas na biblioteca, os lanches, as bebedeiras, os fiascos, os projetos de semestre. Eu sou a preocupação com o Aquecimento Global e a revolta pelas injustiças. Sou o ódio pelos Estados Unidos e o interesse por política desde os 13 anos. Sou os filmes que vejo todos os dias e as críticas que recebo. Sou a notícia que fez minha mãe pirar, por expor minhas ideias numa comunidade e revoltar o presidente da Câmara. Eu sou perder na sinuca, sou comer doces demais, sou fugir de madrugada, sou escrever uma descrição desse tamanho sabendo que ninguém vai ler.
Eu sou TODAS essas contradições, sou algo complexo demais, sou um universo em 1,70m.
Eu sou aquilo que ninguém vê!


(:

sexta-feira, 27 de julho de 2007

prefiro TODDY ao TÉDIO

e...
"Prefiro os desajustados noturnos ao tédio daquelas pessoas que não sabem amanhecer."

Sabe... Assisti Cazuza pela quinta vez ontem!
:D

domingo, 22 de julho de 2007

happy hours, happy days...


Acordar as 7 horas, lavar o rosto com água bem gelada, pão quente com margarina, colgate, maquiagem pra disfarçar as 7 míseras horas de sono, a rua! Ah, a rua... com seu vento semi-cortante, a bruma escassa, o silêncio quase absoluto, se não fossem meus próprios passos lembrando que estou viva.
Estou viva, mais viva do que nunca nesses dias!
A semana passou voando, quase nem deu tempo de cansar. O sábado desta vez, e à partir de agora, é somente meu. Caminhar com uma velha amiga até a casa dela depois de meses sem uma conversa realmente descente, buscar a Aline na rodoviária, caminhar, fazer uma janta pros meus amigos, ir naquela festa legal, com as pessoas que eu gosto, encontrar aquele amigo que fez falta e dar o abraço do sonho, dançar e rir, beijar e sentir o frio e o calor. Dormir... Descançar...
Precisa mais que isso? Não, hoje estou viva!

terça-feira, 10 de julho de 2007


Tão geladas as pernas e os braços e a cara que pensei em abrir a garrafa para beber um gole, mas não queria chegar na casa dele meio bêbado, hálito fedendo, não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava, todo dia um bom pretexto, e fui pensando também que ele ia pensar que eu andava sem dinheiro, chegando a pé naquela chuva toda, e eu andava, estômago dolorido de fome, e eu não queria que ele pensasse que eu andava insone, e eu andava, roxas olheiras, teria que ter cuidado com o lábio inferior ao sorrir, se sorrisse, e quase certamente sim, quando o encontrasse, para que não visse o dente quebrado e pensasse que eu andava relaxando, sem ir ao dentista, e eu andava, e tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo, por dentro da chuva, que talvez eu não quisesse que ele soubesse
que eu era eu, e eu era.
(Caio Fernando Abreu)

domingo, 8 de julho de 2007

Lou Salomé













"Ouse, ouse... ouse tudo!!
Não tenha necessidade de nada! Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém. Acredite: a vida lhe dará poucos presentes. Se você quer uma vida, aprenda ... a roubá-la! Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer. Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!"
(Lou Salomé)

Cinco e vinte e oito


Sim, a madruga aflora um novo dia! Um domingo... Que já me começa nauseante, como a noite passada! Quanto mais perto fico do dia, mas o frio me toca a pele. Como dizem: "A hora mais escura do dia é aquela antes do sol nascer."
Então, que o sol nasça!
Vou lhes apresentar, meus queridos fantasmas que lêem o blog regularmente, um trecho do livro Laranja Mecânica, diga-se de passagem bem ULTRAVIOLENTO e HORRORSHOW:


"tirou as pletes,
revelou o plote...
e que plote...
oh, que plote angelical...
nogas torneadas
bruco sarada
cherres arrebitada
lá estava ela...
nagói em pêlo, só pra mim...

aquela devótcheca
tão malenque
havia se tornado
uma exuberante tchina...

sem poder me conter
esquivatei-a com força
e beijei sua rote,
chupando avidamente sua iázique
enquanto a videava
glaze no glaze...

ela acariciou meus iarbos
com aquelas ruquezinhas tão macias
e eu a joguei na cama
fazendo dela minha jina

iniciou-se então uma sessão
do velho entra e sai, entra e sai
na porta da frente, e no iama também...
sim... ela tomou no iama bem gostoso, ah, como tomou...

eu a esquivatava pelos volosses
e ela critchava eslovos de baixo calão
enquanto rebolava no meu cabo-de-panela
me deixando completamente bezúmine,
fazendo-me derramar meu moloko quente
por diversas vezes, sem desanimar

jamais rassudoquei que ela fosse capaz
de lubilubiar como lubilubiou...
ôdin, dva, tri vezes sem parar...
a nótchi toda...
que devótchequinha insaciável...

lubilubiei até esfolar
minha guliver de baixo...
foi horrorshow, meus druguinhos, horrorshow..."

sábado, 7 de julho de 2007

Solidão às duas e cinquenta e dois

Garrafa com café, chocolates, um celular que não emite som algum, xícara vazia e fria, computador ruidozo, cobertor, roupão, chinelos de pelúcia, um all star jogado no chão, uma planta quase sem água, fotos 3x4, desodorante, lembrete grudado na tela: livro 11/07, e o mesmo livro em cima do criado mudo me chamando... Nietzsche diz: Aline, venha me conhecer um pouco mais! Mas eu, aqui continuo, escrevendo. Escrevendo pra ninguém...

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Pra quê escrever se ninguém vai ler?

Ao terminar a terceira etapa da construção desse blog e chegar até a página de postagem, pensei eu com meus botões do moletom cinza que ganhei da minha vizinha: Pra quê escrever se ninguém vai ler?
Já é a 4º vez que estou fazendo um blog, e nas outras 3 vezes aconteceu exatamente isso... Até que perdi a vontade de escrever... Ai voltava para o fotolog, que cada vez mais recebe menos vizitas. Então eu me pergunto: o que esse povo fica fazendo ai que não lê porra nenhuma do que a gente escreve?
Bem, quem sabe o mesmo que eu estava fazendo antes que resolver fazer esse maldito blog: boiando pelo orkut e msn... Digo BOIANDO mesmo, porquê eu sei que não é sempre que se tem alguém pra conversar, e quando não se tem a gente fica perambulando entre a home e a lista de contatos online... Ali consumindo o tempo... Ali abstraindo a vida... Ali se tornando inútil...