domingo, 29 de julho de 2007

eu sou o que ninguém vê



Eu sou o que ninguém vê!
Sou a primeira lembrança da infância, com 1 ano e 2 meses. Quando mudei pra São Lourenço e decidi não usar mais fraldas. Sou a motoca que ganhei da minha madrinha no mesmo dia que roubei os gibis dela. Sou o medo da novela Vamp e a alegria de participar do Clubinho da Criança na rádio da minha cidade (toca Ursinho Pimpão?). Sou as porcarias que comi na pizzaria do meu pai e as brincadeiras que inventava na rua. Sou as cicatrizes, os dedos quebrados, os planos de fuga aos 5 anos. Sou o dia que voltei pra Xanxerê e aquele quarto de brinquedos e não ter amigos pra brincar com eles, eu sou a criadora das histórias da minha Barbie e a apresentadora de programa de culinária. Sou a piscina de plástico no fundo do quintal e as casinhas na árvore e os tombos de cima dessas árvores. Sou as férias em Cunha Porã e os natais com minha tia vestida de papai noel. Sou contar piadinhas bobas com meus primos e a morte de cada gato meu. Sou o medo de sapo e o pavor de estar sozinha. Sou um quarto sem janelas e as "lutinhas" com meu irmão. Sou conhecer as primeiras grandes amigas e com elas ser o que eu sou! Sou as paredes cheias de colagens, as fotos no "matinho", o primeiro beijo na noite de natal. Sou trocar Backstreet Boys por Legião Urbana e KLB por Nirvana, eu sou as descobertas que eu fiz! Sou os livros que eu li e a saudade dos amigos que foram embora. Sou as aulas de teatro e as festas que eu fui. Sou a revolta dentro do colégio, os socos nas paredes, as escritas nas mesas, a estudante nota 10. Sou as lágrimas que derramei, o caras que desejei, os calçados que usei, as palavras que escrevi. Sou o primeiro "fora" no dia dos namorados, sou ver o futuro com o tarot, sou as magias que pratiquei, os símbolos que inventei, as tatooagens que me fiz, o primeiro namoro que acabou, todos os outros namoros que não deram certo. Sou o último semestre do terceirão e as lembraças que guardo desse tempo. Sou aquele grupo de amigos que a cidade toda criticava e que depois eu também critiquei e me afastei... Eu sou todas as vezes que me arrependi e as coisas feias que falei. Sou as brigas com as amigas e as reconcilhações que me fizeram bem. Eu sou uma noite com cachorro-quente, sou as pessoas que amei. Sou a solidão nas noites frias, sou o amanhecer acordada, sou as mentiras que contei, as vezes que traí, as vezes que fui traída e os beijos que roubei. Sou os álibis que criei. Sou a faculdade que não curti, as "taras" pela pessoa "X" da tesouraria (rsrsrs), as idas na biblioteca, os lanches, as bebedeiras, os fiascos, os projetos de semestre. Eu sou a preocupação com o Aquecimento Global e a revolta pelas injustiças. Sou o ódio pelos Estados Unidos e o interesse por política desde os 13 anos. Sou os filmes que vejo todos os dias e as críticas que recebo. Sou a notícia que fez minha mãe pirar, por expor minhas ideias numa comunidade e revoltar o presidente da Câmara. Eu sou perder na sinuca, sou comer doces demais, sou fugir de madrugada, sou escrever uma descrição desse tamanho sabendo que ninguém vai ler.
Eu sou TODAS essas contradições, sou algo complexo demais, sou um universo em 1,70m.
Eu sou aquilo que ninguém vê!


(:

sexta-feira, 27 de julho de 2007

prefiro TODDY ao TÉDIO

e...
"Prefiro os desajustados noturnos ao tédio daquelas pessoas que não sabem amanhecer."

Sabe... Assisti Cazuza pela quinta vez ontem!
:D

domingo, 22 de julho de 2007

happy hours, happy days...


Acordar as 7 horas, lavar o rosto com água bem gelada, pão quente com margarina, colgate, maquiagem pra disfarçar as 7 míseras horas de sono, a rua! Ah, a rua... com seu vento semi-cortante, a bruma escassa, o silêncio quase absoluto, se não fossem meus próprios passos lembrando que estou viva.
Estou viva, mais viva do que nunca nesses dias!
A semana passou voando, quase nem deu tempo de cansar. O sábado desta vez, e à partir de agora, é somente meu. Caminhar com uma velha amiga até a casa dela depois de meses sem uma conversa realmente descente, buscar a Aline na rodoviária, caminhar, fazer uma janta pros meus amigos, ir naquela festa legal, com as pessoas que eu gosto, encontrar aquele amigo que fez falta e dar o abraço do sonho, dançar e rir, beijar e sentir o frio e o calor. Dormir... Descançar...
Precisa mais que isso? Não, hoje estou viva!

terça-feira, 10 de julho de 2007


Tão geladas as pernas e os braços e a cara que pensei em abrir a garrafa para beber um gole, mas não queria chegar na casa dele meio bêbado, hálito fedendo, não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava, todo dia um bom pretexto, e fui pensando também que ele ia pensar que eu andava sem dinheiro, chegando a pé naquela chuva toda, e eu andava, estômago dolorido de fome, e eu não queria que ele pensasse que eu andava insone, e eu andava, roxas olheiras, teria que ter cuidado com o lábio inferior ao sorrir, se sorrisse, e quase certamente sim, quando o encontrasse, para que não visse o dente quebrado e pensasse que eu andava relaxando, sem ir ao dentista, e eu andava, e tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo, por dentro da chuva, que talvez eu não quisesse que ele soubesse
que eu era eu, e eu era.
(Caio Fernando Abreu)

domingo, 8 de julho de 2007

Lou Salomé













"Ouse, ouse... ouse tudo!!
Não tenha necessidade de nada! Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém. Acredite: a vida lhe dará poucos presentes. Se você quer uma vida, aprenda ... a roubá-la! Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer. Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!"
(Lou Salomé)

Cinco e vinte e oito


Sim, a madruga aflora um novo dia! Um domingo... Que já me começa nauseante, como a noite passada! Quanto mais perto fico do dia, mas o frio me toca a pele. Como dizem: "A hora mais escura do dia é aquela antes do sol nascer."
Então, que o sol nasça!
Vou lhes apresentar, meus queridos fantasmas que lêem o blog regularmente, um trecho do livro Laranja Mecânica, diga-se de passagem bem ULTRAVIOLENTO e HORRORSHOW:


"tirou as pletes,
revelou o plote...
e que plote...
oh, que plote angelical...
nogas torneadas
bruco sarada
cherres arrebitada
lá estava ela...
nagói em pêlo, só pra mim...

aquela devótcheca
tão malenque
havia se tornado
uma exuberante tchina...

sem poder me conter
esquivatei-a com força
e beijei sua rote,
chupando avidamente sua iázique
enquanto a videava
glaze no glaze...

ela acariciou meus iarbos
com aquelas ruquezinhas tão macias
e eu a joguei na cama
fazendo dela minha jina

iniciou-se então uma sessão
do velho entra e sai, entra e sai
na porta da frente, e no iama também...
sim... ela tomou no iama bem gostoso, ah, como tomou...

eu a esquivatava pelos volosses
e ela critchava eslovos de baixo calão
enquanto rebolava no meu cabo-de-panela
me deixando completamente bezúmine,
fazendo-me derramar meu moloko quente
por diversas vezes, sem desanimar

jamais rassudoquei que ela fosse capaz
de lubilubiar como lubilubiou...
ôdin, dva, tri vezes sem parar...
a nótchi toda...
que devótchequinha insaciável...

lubilubiei até esfolar
minha guliver de baixo...
foi horrorshow, meus druguinhos, horrorshow..."

sábado, 7 de julho de 2007

Solidão às duas e cinquenta e dois

Garrafa com café, chocolates, um celular que não emite som algum, xícara vazia e fria, computador ruidozo, cobertor, roupão, chinelos de pelúcia, um all star jogado no chão, uma planta quase sem água, fotos 3x4, desodorante, lembrete grudado na tela: livro 11/07, e o mesmo livro em cima do criado mudo me chamando... Nietzsche diz: Aline, venha me conhecer um pouco mais! Mas eu, aqui continuo, escrevendo. Escrevendo pra ninguém...

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Pra quê escrever se ninguém vai ler?

Ao terminar a terceira etapa da construção desse blog e chegar até a página de postagem, pensei eu com meus botões do moletom cinza que ganhei da minha vizinha: Pra quê escrever se ninguém vai ler?
Já é a 4º vez que estou fazendo um blog, e nas outras 3 vezes aconteceu exatamente isso... Até que perdi a vontade de escrever... Ai voltava para o fotolog, que cada vez mais recebe menos vizitas. Então eu me pergunto: o que esse povo fica fazendo ai que não lê porra nenhuma do que a gente escreve?
Bem, quem sabe o mesmo que eu estava fazendo antes que resolver fazer esse maldito blog: boiando pelo orkut e msn... Digo BOIANDO mesmo, porquê eu sei que não é sempre que se tem alguém pra conversar, e quando não se tem a gente fica perambulando entre a home e a lista de contatos online... Ali consumindo o tempo... Ali abstraindo a vida... Ali se tornando inútil...