sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Rape me


Era 4:30 da madrugada quando eu voltava de uma festa, o carinha que me deu carona, me deixou uma quadra pra baixo de casa. Eu atravessei a BR, olhando pros lados, com a respiração efegante. Senti aquele medo pálido das madrugadas frias, de estar sozinha no escuro, em lugar perigoso. Foi então que avistei dobrando a esquina uma viatura da polícia. E com um suspiro de alívio pensei: estou mais segura.
Mas essa idéia de segurança durou pouco. Durou até o momento em que eu passei ao lado da viatura e um dos sujeito me disse com voz maliciosa e suja: ' quer fazer um programa gatinha? '. Eu estremeci... Mas continuei meu caminho como se não tivesse visto e nem ouvido nada. Eles fizeram a volta e começaram a me perseguir, falando coisas sujas demais para estarem nesse blog. Eu comecei a correr, sem dizer uma palavra, sem olhar pro lado... Corri até chegar em casa, trancar o portão e me esconder em baixo das cobertas, dentro do meu quarto, um lugar que ainda pode-se dizer seguro.
Então, eu comecei a pensar: Aqueles que deviam zelar pela minha segurança as 4:30 da madrugada, ou seja lá que hora for, são exatamente aqueles que me deixaram em pânico. E eu não podia fazer nada! Se chingasse eles me prenderiam por desacato. Se chegasse em casa e ligasse pra delegacia, bem seria como denunciar a laranja pra laranjeira, inútil!
Continuo calada, com medo de voltar pra casa à noite. Precisamos nós estar em prisões, pois os criminosos estão nas ruas. Assassinos armados e uniformizados!

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